Algaroba - Prosopis juliflora
Espécie comum no semiárido brasileiro, espinhosa e utilizada para reflorestamento, tem resistência à seca e produz madeira de boa qualidade para diversos fins. Também serve de alimentação para animais em períodos de seca no Nordeste. A espécie é uma grande consumidora de água e tem um grande potencial na invasão do bioma caatinga, onde ataca as espécies nativas.
introdução
A algarobeira é uma árvore da família das leguminosas (Leguminoseae, subfamília Mimosoideae) pertencente ao gênero Prosopis, do qual são conhecidas mais de 40 espécies, distribuídas em três continentes: América, Ásia e África. No continente americano estão as maiores concentrações dessas espécies, ocorrendo nas regiões ocidentais mais secas, desde o sudeste dos Estados Unidos até a Patagônia. Na América do Sul, são encontradas aproximadamente 70 % das espécies do gênero e, dessas, 93 % são nativas da Argentina. No Brasil, é cultivada, principalmente, na Região Nordeste, sendo que a sua introdução ocorreu a partir de 1942, em Serra Talhada, PE, com sementes procedentes de Piura, no Peru. Existem também registros de duas outras introduções que foram realizadas em Angicos, RN, em 1946, por meio de sementes oriundas do Peru e, em 1948, com sementes do Sudão. A partir daí, sua expansão para os demais estados ocorreu através da regeneração natural e plantios, segundo Jorge Ribaski et al.
Caraterísticas
Árvore espinhosa, apresenta altura de 6 m a 15 m, tronco ramificado com diâmetro à altura do peito (DAP) variando de 40 cm a 80 cm e copa com 8 m a 12 m de diâmetro. Folhas bipinadas, comumente com poucos pares de pinas opostas; folíolos pequenos e oblongos. Os frutos são indeiscentes, lineares, falcados; mesocarpo carnudo; endocarpo dividido em compartimentos contendo uma semente em cada; segmento coriáceo para lenhoso; sementes ovóides , achatadas, com linha fissural nas faces, duras, amarronzadas. As flores são pequenas, actinomorfas, hermafroditas, de coloração branco esverdeada, tornando-se amarela com a idade, de acordo com comunicado técnico 240.
Reprodução
(Jorge Ribaski et al,2009) A algaroba se reproduz por semente e por estaquia. As sementes, por possuírem tegumento duro, devem receber tratamento pré-germinativo antes de colocadas para germinar. Os tratamentos à base de escarificação mecânica ou química, como o uso de ácido sulfúrico, apresentam bons resultados. Todavia, por ser mais prático e econômico, não oferecendo riscos aos operadores, aconselha-se imergir as sementes em água quente, após a ebulição, retirando-as após 3 a 5 minutos. Para produção de mudas via propagação vegetativa, as estacas devem ser colhidas de ramos novos de árvores matrizes selecionadas, principalmente, com base na produção de vagens que é um dos principais produtos da algaroba. Estes ramos devem ter idade inferior a um ano, podendo ser de brotação basal ou de copa. Enraizamentos de 60 % a 70 % são obtidos em casa de vegetação com temperatura de 30 ºC a 35 ºC e umidade relativa de 70 % a 80 %, utilizando como substrato areia lavada e vermiculita na proporção de 4:1. Enraizamentos de 50 % a 80 % também são obtidos em condições de telado (com 50 % de sombra, coberto com plástico e em condições ambientais) e com irrigação intermitente. As estacas devem ter entre 10 cm e 15 cm de comprimento e diâmetro de 2,5 mm a 4,5 mm. Sugerem-se estacas com 100 % de folhas e o uso de hormônios, como o ácido indolbutírico (AIB) na concentração de 2.000 ppm, para a indução do enraizamento.
Invasão
Na região semiárida do Nordeste brasileiro, a invasão dessa espécie ocorre principalmente em áreas degradadas nos ambientes de planície aluvial e terraço aluvial, por haver maior disponibilidade de água, causando redução da riqueza e da diversidade de espécies nativas destes ambientes. Não há invasão em ambientes com vegetação em estágio avançado de sucessão, mesmo com disponibilidade de umidade no solo. Nos ambientes de platôs, por existir menor umidade no solo, a algaroba não forma densos povoamentos, portanto, não causa impacto sobre a riqueza e a diversidade das plantas nativas.
Potencial de reflorestamento
O potencial da algaroba para reflorestamento está ligado a resistência à seca e produção de madeira de boa qualidade, com a vantagem de frutificar na época seca. Durante o período seco, muitas vezes o nível protéico das pastagens não é suficiente para os animais manterem ou ganharem peso. O suprimento dessa deficiência nutricional por meio da associação com leguminosas herbáceas é bastante difícil, pois são poucas as espécies que suportam as condições climáticas da região semiárida brasileira. O reconhecimento da importância da algaroba por parte dos produtores, e a necessidade de suprir a deficiência nutricional de suas pastagens, têm motivado o plantio dessa leguminosa, principalmente para produção de vagens, visando à suplementação alimentar dos animais nesse período crítico.
Referências bibliográficas
Jorge Ribaski et al. Algaroba (Prosopis juliflora): Árvore de Uso Múltiplo para a Região Semiárida Brasileira. Comunicado técnico 240. ISSN 1517-5030 Colombo, PR, outubro de 2009. Embrapa.
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Fonte original: algaroba - prosopis juliflora. Compartilhado com Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 License
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